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quarta-feira, 10 de outubro de 2012

BREAK


O Break Dance


O Break vai muito além de uma forma de dança. É mais que tudo, um estilo de vida para quem ama o Hip Hop, é atitude, é arte de rua. Embora o Break já existia há pelo menos 30 anos (de acordo com as maiores autoridades do mundo), sua explosão e exposição ao grande público, passou a acontecer à partir de 1979, quando já estavam formados todos os conceitos do Hip Hop como o conhecemos hoje, afinal, um ano antes (1978), já existiam as formações organizadas de inúmeros crews de Break; as grandes gravadoras já acertavam as contratações de artistas de Rap e a concepção da Graffitti-Art assumia a atual forma de painel multicor segundo a revolucionária definição do artista plástico Phase 2.

Pronto. Estava formado o Hip Hop em suas três manifestações máximas: O Break, Graffitti e Rap. Hoje, quando a mídia mundial divulga cada vez mais o Rap, muitos devem perguntar porque não cito o Rap, e sim o Break como base para a existência do Hip Hop. Vejamos, no meio da década de 70, a Disco Music dominava o mundo, e outras formas de expressão musical como o Rap não tinham aceitação junto à mídia. Enquanto tudo isso acontecia, o Hip Hop já existia, e não tinha chance de se propagar nos meios de comunicação, e mesmo nas ruas, não conseguiria sucesso utilizando apenas o Rap em sua pura forma de ritmo e poesia, pois o mundo inteiro se embalava no universo de luzes do Disco.

Por outro lado, o Break era a única forma de arte livre, e impossível de ser contido, por quem quer que fosse, pois tinha o apelo visual necessário para chamar a atenção das massas.
Os movimentos intrincados, acrobáticos, mas altamente plásticos e harmônicos dos B-Boys começaram a buscar fãs e seguidores nas ruas, na base do corpo à corpo, trazendo junto o Graffitti, com sua colorida expressão artístico-visual, e o Rap, a trilha sonora que completava o cenário. E foi assim que o Hip Hop começou a se fortalecer, pois era preciso algo que enchesse os olhos do público para atingir a popularidade, que trouxesse todos os elementos básicos para satisfazer os requisitos da indústria de entretenimento.

O Break era tudo isso. A "nova" dança atingiu o público como um furacão, e as emissoras de rádio e televisão; os clubes e as revistas começavam a mostrar a todo mundo o Break, muitas vezes sem perceber que com isso, estavam iniciando a promoção e divulgação do Hip Hop como um todo. Pode se dizer que o Break fazia, entre 70 e 80, o papel que os vídeos fazem hoje, em benefício da indústria fonográfica, aumentando a força de mercado através do apelo visual.

Com a popularização do Break, firmava-se a figura do B-Boy; surgia o interesse sobre as ténicas utilizadas pelos Djs e rappers. No princípio, a motivação do Break era defender, palmo a palmo, nas ruas, o espaço para a emancipação da cultura Hip Hop. Com o tempo, as lendárias batalhas ou "rachas" evoluíram para um estágio de desenvolvimento de conceitos diversos, que iam desde a compreensão dos difíceis passos da dança, até programas de recuperação de jovens viciados ou que viviam nas ruas. Quando a indústria cinematográfica resolveu mostrar o Hip Hop em filmes, mais uma vez, o Break cumpriu o seu papel, e milhões de jovens em todo o mundo, passaram a praticar em qualquer lugar possível, desde a aparição do Rock Steady Crew em Flashdance, passando por históricos filmes como Style wars (83), Wild Style (83), Beat Street (84), Breakin' (84), Rappin' (85), e Krush Groove (85).
Filmes como esses estabeleceram um marco na história da música, mostrando uma cultura de rua que abria novos horizontes nas vidas das pessoas, principalmente aquelas que viam a rua apenas como o ambiente de um submundo criminal, um antro de perigos.
Nesses filmes as pessoas tinham a oportunidade de fomar um paralelo de escolha entre o bem e o mal, partindo de um ponto de vista real. Como se viu em Beat Street e Krush Groove era possível deixar a violência e o crime sem deixar as ruas; era possível ser alguém, tornar-se um artista expressando experiências próprias e mostrar a arte sem ter que se transformar num "Personagem", assim como surgia a chance de desenvolver uma cultura que não necessita de retoques ou ajustes para se tornar "comercialmente viável".

Não era preciso ter dinheiro ou influência, mas sim, amor à arte e vontade, muito vontade. Um dos aspectos mais positivos do Break é justamente a rotina de treinamento, que praticamente obriga a deixar todos os vícios, dormir bem, alimentar-se ainda melhor, ou seja, ter saúde. Por todos esses motivos, os meios de comunicação de todo o mundo voltam a dar evidência ao Break, e começa a ser comum ver nomes como o de Crazy Legs e Peewee (Rock Steady Crew), os N.Y.City Breakers, fazendo parte das notícias; nas ruas toda a linha de vestuário street remete aos áureos tempos do Break (tênis Adidas, Puma, Converse, Agasalhos, etc.); grupos de Rap em evidência vêm colocando dançarinos de Break em show e videoclipes (Lords of the Underground, The Coup, Fugees), artistas como Busy Bee, Cold Crush Brothers, Treacherous Three, Fearless Four, Kurtis Blow, Afrika Bambaataa, e muitos outros estão gravando novos discos, artistas do Graffitti fazem mostras do nível de pintores clássicos em galerias e espaços culturais. Tudo porque existe o Break.

http://redebboys.blogspot.com.br/2009/11/o-que-e-o-break_21.html
ACESSO EM 10/10/12

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